segunda-feira, 4 de março de 2013

50 Tons de Comércio

Não! Eu não abandonei o blog coisa nenhuma! Eu estava curtindo a ressaca das férias cuidando da minha fazendinha virtual e montando quebra-cabeça no fundo do mar. Isso no note de my love, porque minha placa mãe, toda cheia de si, resolveu oxidar e agora pra ligar ela tem que estar fora do período de TPM, a lua não pode estar totalmente cheia, nem totalmente minguante e nem com transição completa... além do vento, que deve estar soprando a 135km ao sul. Frescura pouca, é bobagem!

Bem bem bem.... partindo para o que interessa, vc já leu "50 Tons de Cinza"??? Caso não, está perdendo um conto de fadas com um punhadinho de pimenta. Caso já tenha lido, sabe da decepção que vou falar agora.

O romance não tem nada demais. A boa, velha e funcional fórmula da moça pobre, insegura e desajeitada (um pouco de todas nós, mulheres) que se apaixona por um cara rico, bonitão e poderoso, que não mede esforços para estar perto da mulher dona dos seus desejos (sim, a mesmo moça pobre, insegura e blábláblá). A sacada diferencial deles está na pitada de pimenta chamada BDSM (Bondagem Dominação Submissão e Masoquismo), que foi apresentada de forma inteligente: não choca brusca e negativamente quem não conhece, nem desmoraliza a prática (não ofendendo, assim, seus praticantes).

A forma como as cenas sexuais são escritas de um jeito, digamos, sábio. Tanto o chamado sexo baunilha como o sexo do "Quarto vermelho da dor" provocam um arrepiozinho (e curiosidade) até nas moças mais beatas, mesmo quando o pique surpreendente de Christian Grey fazem as mais entendidas no assunto, ficarem desconfiadas da recuperação na velocidade da luz do rapaz. As emoções de Anastasia também são passadas de uma maneira que prende (literalmente) o leitor.

Pow... se a fórmula é boa, se as cenas quentes cumprem seu papel de "excitantes", se vc consegue ficar ansiosa junto com a mocinha, qual o problema do livro afinal??? O problema é que ele foi feito pura e simplesmente para venda em massa e lucro alto da autora.

Ora, ora Faby, mas todo livro não visa venda e lucro??? E eu lhe respondo: Sim, visa. Mas não deixam isso transparecer assim com tanta cara de pau. O "héroi" da história dá pistas de várias coisas que podem ter acontecido com ele e afetaram, de forma definitiva, a sua personalidade: ele tem problemas com desperdício de comida, toca sempre músicas tristes quando está ao piano, nunca antes havia praticado sexo baunilha, tem cicatrizes no peito etc, além de se recusar a falar claramente sobre o seu passado. A amiga da mocinha, a tal da Kate, fala do héroi para a mocinha como se conhecesse algo pessoal dele (ainda que, aparentemente, eles nunca tinham se cruzado antes) e se mostra disposta a defender Anastasia, se for necessário. Essas e outras suspeitas são levantadas no livro e, pasmem, não tem sequer uma pista para desvendar os tais segredos.

Para me fazer entender melhor, vou citar duas histórias que, falem o que quiser, foram sucesso tanto nos livros como no cinema: Harry Potter e Crepúsculo. No primeiro, o grande segredo é saber porque o menino, ainda bebê, sobreviveu ao ataque do bruxo mais diabólico e poderoso do mundo. No entanto, em cada livro a um mistério que é criado e revelado. No segundo, a grande sacada era dizer como um vampiro e uma humana viveriam um grande amor. Cada livro traz uma emoção que é criada e vivida naquele momento. Em ambos os casos, parece que as autoras começaram assim, de maneira displicente, a nos contar uma história que elas gostam muito e não sabiam ao certo onde ia dar... A medida que iam contando, a gente ia se envolvendo, elas iam se empolgando e as histórias iam de desenrolando.

Isso não acontece em 50 Tons de Cinza. Todo o mistério criado, sem que nada seja realmente revelado, obriga o leitor a devorar 50 Tons Mais Escuros e 50 Tons de Liberdade (sim, só no último livro tudo é revelado). Vc leu o que escrevi? "obriga o leitor".... Vamos pela obrigação de ter que ler para saber, não vamos pelo prazer de saber a continuidade da história. Taí minha grande decepção!

Claro que, uma legiãoooooooooo de fãs se apaixonou perdidamente pela história e foi devorar os outros livros correndo, sem pensar em mais nada. Mas eu achei uma baita sacanagem da autora e simplesmente me recuso a ir comprar os outros dois livros. Prefiro que os filmes fiquem prontos para que eu possa fazer download e assistir em casa. Para mim, que amo ler, que amo me envolver naquelas páginas cheias de letrinhas que me levam a mundos mágicos, é uma tristeza vergonhosa preferir o filme ao livro. Fazer o que né? Se houvessem mais Pedras de Granitos no mundo, o tiro da autora sairia pela culatra!!!

Bom galerinha... é isso aí! Lembrando que eu gostei da história de um modo geral, que leitura é sempre bem vinda e, mais importante, o que está escrito aqui é, apenas, a minha opinião. Afinal, como o subtítulo do blog já diz: Quem tem seu blog, escreve o que quer! ;-)

Até a próxima!

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